Patologia

AMBLIOPIA

A ambliopia, vulgarmente designada por “olho preguiçoso”, é uma deficiência visual que cursa com olho estruturalmente normal com desenvolvimento anormal da parte cerebral responsável pela visão desse olho. Também ocorre em olhos com deficiências estruturais, quando o défice visual é maior que o esperado para o problema em questão.

Porque a informação visual é transmitida de forma deficiente e não estimula o cérebro de forma adequada. Nesta fase o cérebro pode escolher usar um olho e “esquecer” ou quase ignorar o outro. Na prática ocorre falta de treino e aproveitamento de capacidades!

Então porque é que a informação visual é transmitida de forma deficiente se o olho é estruturalmente normal?

Essencialmente por 3 razões : erros refrativos muito diferentes entre um olho e o outro (ex. um olho “normal” e outro com hipermetropia); estrabismo (olhos desalinhados); falta de transparência dos meios (ex. catarata).

O olho menos usado (porque não tem o erro refrativo corrigido, porque está desalinhado, porque tem uma catarata que não foi removida) perde visão, não porque está danificado, mas porque o cérebro não o está a usar – “não aprende a ver bem”.

Anisometropia
Anisometropia
Ambliopia - Catarata Infantil
Catarata Infantil

Algumas crianças podem aproximar-se excessivamente da televisão, esfregar os olhos com frequência ou necessitar piscar um olho para ver melhor, mas na maioria das crianças não ocorrem sintomas pois um olho com acuidade visual média é suficiente para a maioria das necessidades infantis. 

Os sintomas vão aparecer nas fases mais exigentes da vida, mas aí já não se poderá recuperar a visão.

A capacidade de utilização dos dois olhos é desenvolvida nos primeiros anos de vida: a binocularidade e a visão 3D também ficam em risco e de modo potencialmente irreversível com ambliopia. Assim, é essencial avaliar as crianças sem qualquer sintoma, em rastreios (o primeiro entre os 2-3 anos de idade) ou, caso estes não tenham sido realizados, em consulta de Oftalmologia Pediátrica pelos 3-3,5 anos.

O sistema visual só vai ter um desenvolvimento adequado se for corretamente estimulado desde os primeiros meses de vida até aos 8-10 anos. Qualquer processo que interfira neste caminho vai ter consequências definitivas. Quanto mais cedo interferir, piores vão ser as consequências. Por outro lado, o tratamento que é realizado nesta fase tem também consequências definitivas ou seja o benefício do tratamento vai perdurar.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o olho preguiçoso (ambliopia) deve sempre ser tratado anos antes da escola primária: quanto mais cedo melhor, pois o tratamento depois dos 4 anos limita a capacidade de recuperação e agrava o prognóstico. Se está associado a estrabismo ou a catarata congénita, o tratamento atempado da patologia base pode ser essencial.

Ambliopia
Ambliopia

A recuperação da visão ocorre por estímulo cerebral ao melhor aproveitamento da visão. A correção precoce dos erros refrativos – essencialmente com óculos – e o uso “forçado” do pior olho ( sobretudo com penso oclusivo no melhor olho, mas também há alternativas) vão estimular o cérebro a utilizar o olho amblíope o que habitualmente vai permitir o melhor aproveitamento dos dois olhos para toda a vida.

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